quarta-feira, novembro 30, 2005

maybe the songs that we sing are wrong, maybe the dreams that we dream are gone

preguiça monstra de escrever o relato do claro que eh rock. assim, vamos por partes.

resenha do show do fantomas

vomitar merda pelo nariz é melhor do que um show do fantomas.

pó pará. que música desgraçada de boa eh essa: i heard you looking - teenage fanclub (yo la tengo cover)

Closer

Ele vem de lá e eu de cá. Ele fuma um cigarro e solta a fumaça para o alto e avante. Eu escondo as minhas mãos no bolso, ele esconde a imensa barriga debaixo de um casaco verde carcomido pelas noites d’A Obra. Eu uso uma camiseta que tem uma cor que eu não faço a mínima idéia de qual seja. Ele me olha e começa a tocar California Uber Alles, Uber Alles California na minha cabeça e eu desvio o meu olhar para o chão, a tempo de ver um displicente cocô de cachorro que estava pronto para ser pisado.

Kelos cornos fakes

Hummmm, cheirinho de sucrilhos embebido em leite, vocês estão sentindo?

segunda-feira, novembro 28, 2005

saudade boa é aquela que podemos matar...

bip-bip

apita o celular de Justine. ela enfia a mão na bolsa em forma de vinil, tira o aparelho e olha o q é. um sorriso tímido de canto de boca - q só ela sabe dar - aparece no seu rosto comprido e um inevitável e constragedor brilho reluz nos seus olhos. antes mesmo q ela leia a msg q chegou o celular apita e apita de novo. ela já sabe quem é. ele tem sérios problemas em sintetizar as coisas q quer dizer. mas pra q ser objetivo qdo queremos falar com quem a gente gosta? e sim, são 3 msgs. e dele. claro. ela já sabia. já até esperava. tava até ansiosa. sabia tb q ele deve ter demorado 3 dias pra digitar tdo isso. ele tem problemas com o teclado. diz q ele, o teclado, não gosta dele. vive escondendo as letrinhas. discretamente - como se fosse possível - ela lê cada uma. elas estão fora de ordem e não, não foi intencional. ele tb tem sérios problemas com a organização. mas não é nenhum enigma, o q ele quer dizer é bem fácil de ser assimilado e cora a pela alva da moça. olhares curiosos e atentos rodeiam, cercam, se esticam, cochichos e risos maliciosos e alguns até invejosos inundam o ambiente. o sorriso q antes enfeitava só o canto esquerdo da boca macia e vermelha agora toma conta do rosto inteiro deixando-o mais luminoso. depois daquele desentendimento infantil de ontem, ela ainda imaginava se o bip bip ia acontecer.

lá está ela, na mesa do bar, com os seus melhores amigos, contando as mesma histórias e rindo das mesmas piadas, falando coisas q dariam um curta, um livro, um conto, se alguém fosse esperto o bastante para anotá-las - pq vc sabe, idéias de botequim se dissipam no ar como fumaça de cigarro. este cenário, por alguns instantes fica em segundo plano. perde a atenção da moça de cuturno para uma pequena tela de cristal líquido cinzenta, q agora, está iluminada por uma luz esverdeada e decorada por letrinhas. letrinhas q são consumidas vorazmente pelos belos olhos de Justine, q correm da esquerda pra direita, de cima para baixo:

ah ó, me deu vontade de dizer q eu gosto de vc. vergonha nenhuma de admitir q me deu 1 PUTA saudade. e eu nem te odeio por isso. é só pra vc saber mesmo. e a culpa é toda sua. desculpa pelo hiperbolismo tosco e sujo pra definir a medida da saudade. bjo june.

sem assinatura, +732, veio da web. ele tá na internet. ele tá em casa. ele tá com saudade. claro q a msg é dele. quem mais me chama de June? ele devia fazer isso mais vezes. todos os dias. várias vezes ao dia.

e faz. sempre qdo a saudade aperta. piegas, mas é assim mesmo. ele odeia saudade. saudade boa pra ele é aquela q ele pode matar. e ele pode. mas talvez seja melhor assim.

- aposto q é do fulano. uma voz de algum canto da mesa interrompe.
- é, é do fulano. com certeza. e se tão ficando durante a semana, já é namoro.

ela se irrita. ela é reservada. e se for namoro? não é. mas e daí? despedida geral, levanta e vai embora. já tinha um compromisso, ia... ah, não é da sua conta. mas antes, ela vai encontrar um novo jeito de dizer alô:


- oi?
- vc sempre atende telefone dizendo oi?
- nunca tinha reparado isso, é mesmo?
- vc não diz "alô?", pq vc já sabe quem é, é?
(risos)
- pode ser, vc sabe q eu posso contar nos dedos qtas...
- pessoas tem esse número - ela completa.
(risos)
- é. mas vc tb fala ei ou oi...
- eu?

ele tá no quarto, o telefone é o da internet. no som toca light & day do polyphonic spree. aposto q ele viu "brilho eterno" de novo. e aposto q desta vez, com os comentários do diretor. e ainda, aposto q ele vai contar cada detalhe com a empolgação de uma criança e depois dizer: vc tem q ver!

- é. vc...
- não, eu digo oi qdo é no celular. no telefone de casa eu...
- aí faz sentido, no celular vc sabe quem é... vc tá jói...
- q msg fofa foi essa? - ela interrompe graciosamente.
- ah, é simples, eu tô com saudade de vc.
- eu tb estou.

"eu tb estou". será q toda estudante de jornalismo é assim? ela não fala tô, cê, odeia certas gírias e às vezes diz palavras q, só o Aurélio. às vezes, nem ele.

- daí, a msg fofa. e c sabe, eu odeio...
- saudade...
- pq...
- saudade boa é a q vc pode matar. mas vc pode uai...
- eu sei.
- se divertiu ontem?
- ah, foi divertido, ninguém foi, mas tava legal.

"tava". já ele... palavra sofre pra sair inteira da boca dele.

- vc melhorou?
- tô só com as pernas doendo, mas já já passa.

ela dá sinal para o ônibus. se despede e promete ligar mais tarde.

- so, bye June.

isso. June. ele fez do nome dela uma pequena equação matemática. é matemática mas não tem lógica, ela é June e June não tem lógica. A June. Justine. Justine + Justine = June. o começo com o fim. os dois extremos.

ele deita na cama e relaxa.

na dúvida, faça contato - pensa.

a mensagem fofa rendeu um "eu te ligo mais tarde". na verdade, rendeu bem mais q isso.

é a velha história do ligo ou não ligo. e isso o faz lembrar de uma música. ele tem música pra tudo. essa é uma daquelas canções q é capaz de resumir e condensar tantos sentimentos e idéias e experiências em uma estrofe ou mesmo em um riff bem tocado q meio mundo se identifica. banda do sul. "mesmo que mude". fala sobre telefone. tb. mas não tem nada a ver com gram bell. tem a ver com aquele comichão q é a saudade, q guia nossos olhos e nossa atenção pra um objeto:

o telefone.

ligo ou não ligo. evitar o telefone. digital ou analógico, forma de mickey mouse ou de consolo, é estranho como a saudade está intimamente ligada a figura do telefone. "tears on the pillow, eyes on the phone", já dizia brett anderson do falecido suede em uma das suas belas canções. poxa vida, e antes eram as cartas. mas, meu deus, se ele vivesse naquela época morreria de ansiedade. "tears on the pillow, eyes on the mailbox"? imagina! se ela demora 5 minutos pra responder uma msg de celular ou telefonema ele quase explode! imagina uma carta... imediatamente pensa em uma campanha pela canonização de gram bell e do cara q tornou a telefonia móvel e o sms possível.

mas não hoje, tô com muito sono...

so... bye june, i'm going to the moon
i hope you make it soon
cause i'm waiting on this moon...

Felix adormece. waiting for June... on the moon.

domingo, novembro 27, 2005

hein?

caraleo, qdo é q fica bom, hein?

digo, qdo q começa a parte boa e tal...

não essas amostras grátis, eu falo de BOM mesmo, qdo q é?

alguém sabe?



trilha sonora: ah música, vai se foder vai.

sexta-feira, novembro 25, 2005

rest in peace, senhor miyagi

(mr. Kesuke Miyagi ensinando alguma coisa ao Daniel Larusso. ui)



ele ensinou o daniel-sam a lavar carro.

ele ensinou o daniel-sam a se equilibrar em cima dum toco de pau.

ele ensinou o daniel-sam a tocar aquele tambor idiota.

ele ensinou o daniel-sam a arte do bonsai.

e ele ensinou o larusso a pegar a loirinha.

sem falar no famoso golpe "águia".

e é por causa dele - e não do daniel larusso - q a gente sabe cantar:

"I am a man who will fight for your honor / I'll be the hero you're dreaming of / We'll live forever / Knowing together that we / Did it all for the glory of love"


Senhor Miyagi vai deixar saudade.


trilha sonora: peter cetera - glory of love.

bonus tracks do táxi da morte

o death cab lançou a versão vinil do álbum "Plans".

tem um booklet cheio de fotinhas e parara e pururu e 4 faixas bônus.

são elas (eu acho):

bad reputation, uma cover LINDONA do freedy johnston. versão de estúdio, a q rolava na net era ao vivo.

start again, cover do teenage fanclub, acústica e fodona.

talking like turnstiles, uma musga curtinha e viciante e FODAÇA q eu toco em festa FÁCIL. isso se eu fosse um dejota, claro. essa tá aí pra vcs baixarem. baixa aí, vai ficar com o repeat mode = ON.

DE NADA.

e eu acho q a outra é world shut your mouth. eu acho.

eu tenho todas, um dia eu posto o resto. se o libertas deixar. é q o death cab é dele. só dele.



------------EDITANDO A BAGAÇA------------


na verdade:

world shut your mouth é uma b-side do single title and registration.

outras coisinhas:

underwater saiu numa coletânea da sub pop junto com the army corps of architects.

spring break broke e sleep tight saíram num tal de fiver.

jeaulosy rides with me é b-side do single soul meets body.

tv trays é b-side do single de the new year.

a dream scream saiu no disco tributo ao daniel johnston, the late daniel johnston.

as verdinhas eu já tenho, as vermelhinhas não. alguém tem aí?

não sei qual é a 4a. bonus track do "Plans"...

que puxa.



trilha sonora: she really wants you - aimee mann. eu quero uma dessa pra mim.

quarta-feira, novembro 23, 2005

da série "posts equivocados" ou utilidade privada...



olá.

minha madrecita perdeu 50 reais.

se alguém encontrar, favor devolver.

qq informação q ajude na busca, deixe um recado no comments.

acima, uma foto recente, frente e verso.

agradecido.


trilha sonora: gone for good - the shins.

errr...

o q q a gente faz qdo tá sem assunto pra postar, hein? hein? hein?

top#5.

top#5 de...

bah, aceito sugestões.


trilha sonora: eu acho q eu vou ouvir... bah. aceito sugestões tb.

segunda-feira, novembro 21, 2005

nhac!

eu sei q vcs nunca ouviram a versão esquisita e bonitinha e demo de lightness e sei q title and registration acústica nunca acariciou os seus tímpanos. logo, titio parara pururu, no auge do seu mal/mau humor e tristeza cool e em comemoração ao último e derradeiro dia de trampo (iupi!) posta estas duas delícias deliciosas deliciosamente aqui, neste bologue moribundo e delicioso. ai q delícia.

nhac.


trilha sonora: world shut your mouth - death cab for cutie. vai, corre no soulseek, eu sei q essa aqui vcs nunca escutaram. mas essa é só minha.

sábado, novembro 19, 2005

i heard you looking

pô, então.

imagina aí q a sua vidinha ordinária é um filme. se é um dramalhão mexicano com edição não linear ou um romance água com açúcar com a meg ryan ou uma comédia adolescente pastelão, eu não quero nem saber. imagina aí, com a sua vida. como todo filme, bom ou não, ele tem uma trilha sonora. agora pensa q o seu tá na cena final, daqui a pouco vão subir os créditos e vai começar a tocar aquela música q vai deixar a sensação final no espectador, aquela q vc escolhe a dedo pra musicar o gran finale.... q nem a sofia coppola fez qdo socou jesus and marychain no lost in translation... q nem PTA fez colocando a aimee fudendo com todo mundo em magnólia.

e aí, vc sabe qual música vai ser, hein?

a minha é essa aqui.

pode até ser q amanhã eu mude de idéia, mas vai ser essa aqui.

e é uma cover.

e não tem vocal.

instrumental q vai da calmaria ao caos e do caos a-a-a calmaria em 12min43seg.

e é o teenage fanclub q toca.

e eu nunca ouvi a original.

e eu tô cagando pra isso.

pq?

pq i heard you looking.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Super legal.

Na próxima vez que estivermos juntos e tocar Love in a Trashcan dos Raveonettes me lembrem de fazer a dança do modernoso doido. É legal, é uma dança meio galinácea, mas tem um movimento de braços que lembra um chinchila com prisão de ventre. Conheço gente que prefere a versão ornitorrinco se masturbando.

da série "posta essa merda porra"

via gmail, buxo vs. parara, hj a tarde:

buxo:
saudadinha sux.

parara:
saudade boa é a saudade q a gente pode matar.

buxo:
ai, essa doeu.

buxo:
na verdade, doeu pra caraglio.

buxo:
putz, doeu mto.

parara:
pô, foi mal.

_______________________________________________,


_______________________________.

___________.

_________________.

buxo:
nossa. posta essa merda.

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odeio saudade.


trilha sonora: don't say you miss me / cause i... know that you miss me / keep blowin' the kisses over the phone...

Sobre quando começa a afetar a sua cabeça - ou conversando com o jack chan

Dilema: ir ou não ir no claro que eh róque?

Resposta mais óbvia, dadas as condições econômico-sócio-políticas-psicológicas-demográficas-bla-bla-bla: não.

Mas é foda. Cada hora que penso que num vou no show do Flaming Lips (show do Flaming Lips porra!!!!) me dá uma dor no coração que só se compara à... deixa quieto.

Então. Ir ou não ir? Se eu for, me arrependo por ter gastado uma grana monstra e por ter assistido shows curtos de bandas que gosto muito. Se não for, me arrependo de não ter ido.

Tava quase conformado que não ia... eis que um sonho bizarro veio me atormentar essa noite. Bizarro.

Tava eu no Claro que é roque, no show do flaming lips. E tinha bem pouquinha gente, que até pude ajudar a carregar a bolha de plástico com o Wayne lá dentro. Tava pesadasso! Tem noção? EU SONHEI QUE TAVA CARREGANDO A BOLHA DE PLÁSTICO COM O VOCAL DO FLAMING LIPS DENTRO! Me lembro que tava tocando 'do you realize?'.

'do you realize? that we're floating in space?
do you realize? that you... have the most beauuuuutiful face?
do you realize? that everyone you know someday will die'.

Melhor música de todos os tempos.

Aí logo depois eu tava no back stage. E participei do show do... Jack Chan! uahuahauhauhauhauhauhauhauhauhauhauhahau

Teve uma hora que ele parou o show dele e veio conversar comigo atrás do palco. Caráleo, que bizarro. Rolaram altas conversas, ele com altas preocupações existenciais, o show no meio e ele nem aí, conversando comigo.

Aí fiquei com medo de esse lance todo de música estar afetando o meu 'célebro'. Afe. Enfim, acho que num vou nessa porra.

tava tocano placebo, mas agora melhorou: the fritz* - say hi to your mom

quinta-feira, novembro 17, 2005

da série "é fácil ser takeda"

o libertino pediu, então lá vai...
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Solilóquio de merda


"Solilóquio, que merda de palavra é essa?"

Felix estava entrando no elevador e ainda pensava naquela maldita palavra que ele ouviu pela manhã. Ouviu sem querer de uma garota estranha que cruzou seu caminho no corredor da faculdade.

-Solilóquio?

Ele nunca ligou muito para palavras. Para ele, palavras só faziam sentido se fossem agrupadas com outras em uma certa ordem e montassem assim, uma frase.

Frases. Ah, isso ele gostava. Colecionava na sua cabeça frases de filmes, de músicas, as adorava. Nem precisava anotar e às vezes ouvia músicas ou assistia a filmes pela milionésima vez só pra ouvir as frases sendo ditas. Era quase uma tara, um fetiche mesmo. A mais pura "pornografia pop".

Mas o fato é que fazia tempo que ele não tinha nada para pensar. E a garota era estranhamente bonita.

E solilóquio... ele já ouviu essa palavra uma vez, talvez em uma outra língua, talvez por isso a curiosidade... sim, ele já ouviu essa palavra, em uma música, mas que música?

Saindo do elevador, ele conversava sozinho, mentalmente. Abriu a porta de vidro cheia de marcas de dedos que dava entrada para o escritório.

Felix era resenhista de quadrinhos, trabalha em uma revista especializada em HQ's, a AgáQuê?. Ele cheira as axilas e lembra que essa camisa desbotada do Wilco já viu a rua 3 vezes só esta semana.Invade a sala da recepção com o assobio de "Red-eyed and blue" entre os lábios e solta:

-Bom dia, Dana.
-Boa tarrrrde, Felix. - responde a recepcionista que trabalha por lá desde a Era Cenozóica.

Estava atrasado. Felix não tinha relógio. Não suportava ser controlado por nada, muito menos pelo tempo. Como ele poderia questionar o tempo? Como poderia se rebelar contra este tipo de controle? Se fosse para ser controlado, que fosse por uma coisa palpável, real, como...

-Felix, na minha sala, agora!

Como o seu chefe, Manuel.

-Bom dia chef...
-Senta aí. Ainda não vi a resenha que te pedi... deixa eu ver que dia...

Manuel pega um calendário.

Não suporto calendários - resmungava mentalmente Felix. Adoraria viver em uma sociedade em que os relógios e os calendários simplesmente não existem. Relógios, calendários e sobretudo, azeitonas, odeio azeito...

- Dia 5. Três semanas atrás! - esbravejou o chefe cortando o seu raciocínio.

... nas... eu odeio azeitonas. Pra que servem as azeitonas? Martinis? Estragar o arroz? Eu até suporto as pretas, mas as verdes... e se a sua mãe colocasse azeitonas no arroz, você ia me entender. E talvez até... me dar razão. - completa revoltado.

- Tá aqui... - diz Felix, jogando umas duas ou três folhas de papel em cima da mesa.

Ele levanta da cadeira, sai da sala e cumprindo o ritual, entra na cozinha e pega sua dose de morfina diária.

Forte e puro, servido em uma xícara do Star Wars com o Chewbacca, Han Solo e Princesa Lea estampados. E claro, com a beirada quebrada.

Merda.

Queima 70% da língua e pra salvar os outros 30%, queima 2/3 da garganta.

Vai para sua mesa, o computador já está ligado. Ele balança o mouse, o monitor cheio de adesivos de super-heróis de animes e de bandas desconhecidas sai do descanso e na tela pisca um alerta:

"Você tem 3 novas mensagens!"

Desanimado, Felix toma mais um gole de café. Engole com dificuldade. Abandona o Chewbacca em cima da mesa e acende um cigarro. Gira a cadeira em direção a janela. Lembra da moça da faculdade. Recorda que já havia cruzado com ela antes. Sim. Numa festa de Indie Rock, em algum buraco da cidade.

Ar blasé, lábios finos, meio moderninha...

Olhos grandes, expressivos, esbugalhados mesmo, parecem ter saído de um mangá ou de um filme francês famoso - isso, aquele mesmo. Suspira. Se ajeita na cadeira e fala pro ar:

- Solilóquio.

Do outro lado da cidade, um par de coturnos pretos, surrados e mal amarrados passeiam com passos curtos e rápidos por uma rua fria e sonolenta. O sol ainda preguiçoso e fraco é reflete nas curtas e ralas madeixas negras. A franja, insiste em cair nos olhos.

- Que frio da porra! - pensa Justine, acompanhada do seu bom humor matinal e de uma baforada da mais pura nicotina.

Ela pára em um ponto de ônibus, abraçada aos cadernos, cara emburrada, fone de ouvido e no cd player toca alguma coisa, de alguma banda, muito desconhecida... de nome muito, muito estranho. E longo, muito longo... daqueles que não repetem uma vogal sequer. Banda de um país que nem mesmo tem água potável... que ela provavelmente encontrou em alguma resenha na internet... em algum site sobre indie rock... que também era muito, muito indie.

De repente o ônibus chega. Começa outra música. Marlboro sem filtro ao chão. Coturno.

"...Always stays the same / nothing ever changes..."

Fones de ouvido são, sem dúvida, uma grande invenção. Junto com os aparelhos portáteis, como discman e ipod's da vida.

Eles nos salvam de muitas coisas desagradáveis. Tipo, andar de ônibus. Quem nunca entrou em um ônibus lotado e nele, algum chato começa a conversar com você quando você não quer conversar - ainda mais quando "não querer conversar" é um estado quase que permanente. Ou tem uma criança aos berros, ou ainda-ainda, um bando de teens gritando e zoando, ou ainda-ainda-ainda, alguma garota "conversando" alto com o namorado pelo celular... pelo celular cor de rosa shock com adesivo do Hello Kitty?

Então.

Esse era o pensamento de Justine. Mas ela tinha fones de ouvido. Ela estava salva. Por um momento ela até pensou em fazer uma camiseta ou se engajar em uma campanha do tipo:

"Pela canonização do fantástico ser bípede, mamífero, baseado em carbono, de polegar opositor que usou o telencéfalo altamente desenvolvido para inventar os fones de ouvido!"

Ia fazer bottoms, bandeiras, comunidade no Orkut. Mas aí ela ficou quietinha e esta vontade, passou.

Pula pra outra música.

Ah, Justine adorava música. Na verdade, music era o sugar dela.

Ouvia o tempo inteiro, tinha toneladas de cd's, alguns vinis herdados de uma tia hippie, que ela vez ou outra trocava por cd's usados na galeria central.

Era uma garota viciada em cultura pop e suas adjacências.

Como o Rivers Cuomo, tinha pôsters na parede. Mas não eram do KISS. e tocava baixo, mas no quarto, não era na garagem.

Livros, tinha vários. A maioria esperando serem terminados. Lia vários ao mesmo tempo e ao mesmo tempo, não lia nenhum. Dezenas de filmes na prateleira. Ia de Woody Allen a Disney sem a menor cerimônia. Odiava o Oscar. Amava a Winona Ryder. Cinéfila de carteirinha, colecionava tickets de cinema. Era um clássico exemplar de rato de locadora e/ou piolho de cinema.

O bus chega ao destino. É hora de desembarcar. Dá o sinal. Desastrada, quase torce o pé quando desce do ônibus.

Atravessa a rua com displicência: "Carro tem freio e eu tô passando!".

Passa pela portaria, cumprimenta o porteiro com as sobrancelhas, sobe dois lances de escada e ofegante, gira a chave na fechadura.

- Tenho que tentar mais uma tentativa de tentar parar de fumar - pensa alto a ashtray girl.

A porta se fecha:

- De volta ao meu mundinho.

Coturnos e cadernos são deixados pelo chão, ela acende um cigarro. E não, não é o último. Tento mais tarde.

Tira o telefone do gancho.

Tuuuuu...

- Pelo menos ainda tenho internet.

Olha para a prateleira de cd's, todos, organizados por ordem de chegada.

Os olhos passeiam e nada encontram.

- Preciso ouvir um som novo. - resmunga, entre os dentes amarelados.

Então ela se dá conta de que está falando sozinha, de novo.

Solilóquio de merda!

Liga o computador. Winamp no randomic mode.

Uma voz anasalada e familiar preenche o quarto:

"...last chance to make believe in... always and all it seems / train wrecks hide underneath your umbrella / set the frame destiny... on this first name soliloquy / tired symphonies play downward..."

E vai me dizer que você nunca falou sozinho?

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Solilóquio: 1) falar de alguém ou de alguma coisa consigo mesmo; monólogo. 2) forma dramática ou literária do discurso em que a personagem extravasa de maneira ordenada e lógica os seus pensamentos e emoções em monólogos, sem dirigir-se especificamente a qualquer ouvinte.

de merda - é uma merda falar sozinho. mas por outro lado é bom, porque assim alguém te escuta.
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quarta-feira, novembro 16, 2005

A música deathcabiana do dia é:

Blacking out the Friction (Live)

ultrapassando o limite do razoável

Piada do dia: dinho do (blergh) capital inicial aparecendo na (blergh) MTV com uma camiseta do... t-rex. Que pouca vergonha. Ai comento com o Dom, indignado, e o Dom fala que é normal, que já até viu um cabeça do (blergh) plebe rude com uma camiseta do gang of four. Na boa, isso devia ser proibido. Devia ser proibido esse povo usar camiseta de bandas de verdade. Imagina a confusão na cabeça dos pobres adolescentes fãs dessas 'bandas'? Daqui a pouco a gente vai ver o carinha do (blergh) rappa fazendo show no pópe róque com camiseta do velvet underground, e aqueles imprestáveis do (blergh) jota quest desfilando de joy division. Pó pará.

mistura de radiohead com sonic youth: silversun pickups, ao vivo na kexp.

terça-feira, novembro 15, 2005

opa, vai um coração novo aí, hum?

(...oooohhh, i think i need a new heart ooooooh...)


vai dizer q vc nunca teve vontade de socar outro coração novinho no lugar desse aí, judiado e cheio de buracos, black and broken, hein?

o tio gibbard se deu bem. "title and registration", música foda, clip foda.

impressionante os vídeos do dcfc, todos são fodões.



trilha sonora: and there's no blame... for how our love did slowly fade / and now that it's gone... it's like it wasn't there at all / and here i rest... where disappointment and regret.... COLLIDE / lying awake at night...

xxx vs. XXX

(juice, juice vs. pròtege moi)



falaram q esse clip novo dos estroques, o "juice, juice", era pesado, xxx, putaria, pornô, q ia ser censurado e tal... eu não vi nada demais. q puritanismo exarcebado, esse povo nunca viu o "pròtege moi" do placebo não, hein?

aquilo sim é PUTARIA. XXX. procê ter idéia, foi o gaspar noé q dirigiu. é, noézinho foi aquele q colocou a monica belucci sendo estuprada durante 8 minutos em uma película (irreversível).

duvida? assiste aí então, "pròtege moi", 5MB.

versão sem censura, viu meus queridos?

tirem as crianças da sala e/ou esperem o chefe sair pro almoço.


trilha sonora: fuck forever - babyshambles (hihihi, só pra dar um climinha...)

segunda-feira, novembro 14, 2005

videoclip de juicebox. daquela banda lá... estroques. clica aqui, anda, 32MB.

sábado, novembro 12, 2005

and i would like to salute...



então.

Ele subiu no palco, "bringing his friends", com a calça rasgada na altura dos joelhos, rechonchudo e irritantemente feliz. nas mãos, além da viola, Ele já tinha o público. sabe aqueles bonecos q são manipulados por cordinhas? marionetes, é esse o nome? pois é. Ele tinha o público como marionetes e através das cordinhas ele manipulava as emoções e sentimentos como bem queria. ora jogava pra cima, ora pra baixo, ora deixava imóvel, sem reação. regia feliz, pedindo gritos, palmas e dizia frases amigáveis em um português sofrível. "muito obrigato". de nata, tio. com uma simpatia enorme ia construindo o melhor e maior show do festival.

quem é ele? DEUS. mas podem chamar de jeff tweedy.

jeff e o seu wilco.

fizeram um espetáculo inesquecível com 21 canções dividas em 3 atos. e eu estava lá, a poucos metros de DEUS. ainda conseguia ouvir os ateuzinhos conversando qdo o 1o. ato começou. e começou com uma luz azul ou verde e um zumbido q ao chegar aos meus ouvidos se transformou em 3 palavras: "caraleo, poor places". olhos nadando, mãos sobre a cabeça, é inútil tentar descrever o q eu senti naquela hora. mesmo. o libertino q tava do meu lado disse q "os olhos do moleque encheram d'água, vai chorar, vai chorar, mas ele segurou. bom menino". eu num podia perder tempo chorando. pq como diz a letra de poor places, "i really wanna see you tonight" wilco. really. e vi...
a primeira música foram na verdade 3. 3 pq eles emendaram tdo, numa bagunça perfeitamente arquitetada, cacofônica e barulhenta. e ninguém percebeu nada. estavam todos hipnotizados. DEUS cantou "kingpin", pediu palmas e pediu berros da platéia q obedeceu. DEUS cantou "i am trying to break your heart" e quebrou. e quebrou junto a velha história de q "show do wilco é pra assistir de braços cruzados, quietinho". os meus braços, qdo não estavam na cabeça, estavam para o alto, aplaudindo ou fazendo qq gesto idiota, apaixonado, como uma marionete. show do wilco é pra assistir mas a gente insiste em participar. batuquei toda a bateria de "i am trying" na minha cabeça. berrei o "hello", gritei I... AM TRYING... TO BREAK YOUR HEART, alucinado. veio "muzzle of bees", lindinha, pra acalmar um pouco. ainda bem pq eu esguelei cada palavra da contagiante "handshake drugs" q veio na sequência. tive a impressão de ouvir a minha voz mais alta do q a do mr. tweedy. urrei num fôlego só "oh it's okay for you to say what you want from me / i believe that's the only / way for me to be / exactly what you want me to be" junto com o tio. e a partir deste momento eu tava me lixando pro set list. se eles iam tocar "red-eyed and blue" ou "sunken treasure", o q viesse ia ser muito bem-vindo, ia ser perfeito, eu tava feliz pra caraleo! e foi perfeito. o primeiro ato estava quase na metade qdo ele despejou uma sequência matadora de "hits" wilconianos. causou uma catárse coletiva alucinante e alucinógena qdo gritou e deixou gritar q "maybe all i need is a shot in the arm" numa performance fdp de boa e me arrancou deste planeta e me jogou no limbo qdo pegou a guitarra azul e dedilhou os primeiros acordes de "at least that's what you said"... olhei pros lados e todo mundo estava tenso. tenso pq todo mundo sabia q aquela coisa lentinha, ia virar um estupro sem precedentes. é como... se a pessoa q vc ama ficasse ali, sussurrando palavras doces no seu ouvido e de repente vcs começassem a fazer um sexo selvagem ou a se espancar do nada. da tranquilidade celestial ao mais "perfeito" caos, do céu mais azul a-a-a uma tempestade incontrolável. insano. insano. e eu tava ali, presenciando o tão famoso estupro de instrumentos ao vivo e eu não sabia o q fazer. se prestava atenção, se procurava o buxo, se chorava ou se pedia a DEUS praquele momento não acabar nunca. impossível absorver aquilo tdo de uma vez só. pam pam pam pam pam pam pam. era judiação. mas DEUS sabe o q faz. e esse momento acabou. mas calma, terão outros. ô. apagam-se as luzes e de repente um facho de luz se acendeu em cima do tio tweedy e... uma bateria, distorção, caraleo é "misunderstood".

É MISUNDERSTOOD.

um coro berrou "when you're back in your old neighborhood / the cigarettes taste so good / but you're so misunderstood / you're so misunderstood". foi o ápice da apresentação. o climax. o 1o. gozo. e o mais intenso. molhei a cueca. q delícia foi gritar os 382879398 "nothing's" junto com Ele e as pessoas ensadencidas. inexplicável. colapso nervoso. pêlos em pé, eu abraçado a gente q eu nunca vi na vida, quase sem fôlego... até o mustard me perguntou q música era aquela. e eu é q pergunto, Q MÚSICA É AQUELA? q porra de banda é essa?

então jeff largou a viola e me acalmou de novo. cantou comigo "remember to remember me..." dançando a famosa dancinha esquisita de "humming bird", numa felicidade extrema e contagiante. e neste momento rolou uma interação estupefante: eu e mais 3 caras começamos a bater palmas e o tweedy olhou pra gente (!!!) e começou a bater palma tb (!!!). e todo mundo começou a bater palmas, foi emocionante. daí começamos a balançar os braços de um lado pro outro e o tweedy fez a mesma coisa (!!!), seguido novamente do público. eu disse pra vc porra, a bagaça foi perfeita!

eles mandaram "war on war", tava esquisita, mas de qq forma tesuda. é uma guerra. e vc precisa aprender a morrer. e eu morria um pouquinho a cada música. e foi qdo "jesus, etc." invadiu aquele lugar de mansinho... tomou conta de cada cantinho do lab... e qdo vc olhava pro lado via gente chorando, casais juntinhos dançando e cantando, "turning your orbit around". lindo, lindo. eu tava lá sem par, dançando abraçado com a música, sendo acariciado pelas luzes, envolvido com o clima, com a letra entre os lábios e in love with the view. momento mágico, daqueles q vc arrepia só de lembrar. espigões tremeram, últimos cigarros viravam fumaça e Ele ainda me chamou pra cantar com ele q "our love, our love, our love is all we have"... veio "walken", "i am the man who loves you" com a sua guitarra nervosa e o fim chegou com "spiders", q não foi novidade como last song. mas foi inacreditável. a energia dessa música ao vivo, a força e a vontade com q eles tocam é orgásmica. pam pam param pam pam pam ra ram... caótica é a palavra. o baterista espancando, o guitarrista virtuoso e performático e o maestro arriscando uns pulinhos... por mim ela estaria tocando até agora. eles estariam tocando até agora. Ele mesmo disse: "this is our first time here so we just want to keep playing...". mas eles saem do palco. wilco! wilco! wilco! ecoa no tim lab...

eles não demoram e voltam. e VOLTAM.

2o. ato. "via chicago". já perdi as contas de qtas vezes já chorei com essa música. não sei se prefiro a versão demo ou a q saiu no summerteeth. mas fiquei surpreendido com ela ao vivo. é mais bagunçada, mais desconexa, mais fudida de boa. tem raiva, tem amor, é agressividade x carinho, tem tdo nela. parece uma disputa. assisti a tdo isso paralizado. o bis ainda tem "late greats" q é seguida de um aviso do tio tweedy. ele diz q um amigo tinha pedido a próxima música. era "heavy metal drummer". obrigado a quem pediu. buxito apareceu nessa hora e pulamos o refrão abraçados, eu, ele e o mustard man, na famosa rodinha. caraleo, q foda. libertas não participou pq na 3a. musga ele descobriu q não gostava de wilco e foi lá pra trás. mas o moço já confessou q sente um arrependimento qdo o ipod toca do nada "pot kettle black"... caraleo, foi mto foda pq a história dos BLASENS tem mto wilco... conheci o buxo negro numa sessão do filme do wilco, ele deu mole pra mim e tal. e foi o buxito q comprou o meu ingresso pro show pq eu num tinha grana no dia. porra, a gente merecia heavy metal drummer, daquele jeito. foi massa. daí um cara q tava por perto vira pra mim e diz q a próxima podia ser "monday". buxito já ia voltando pra sua beibe qdo vira e me entrega um pedaço de papel com o set list do show. q foda!!! e a próxima era "monday" mesmo!!! e depois "outta side (outta mind)"!!! dei a notícia pro cara e ele ficou feliz pra caramba. e segundo o setlist a última do show ia ser "i'm a wheel", a musga q o buxito tocaria se fosse um dejota. a minha air guitar apareceu e desintegrei de pular em todas, nem parecia q já tinha quase 2 horas de show. e eu queria mais. qq coisa, eu queria mais. eles saem de novo. as luzes acenderam mas ninguém saiu do lugar. o povo grita wilco! wilco! wilco! pela 3a. vez. eu tento assobiar/assoviar "red-eyed and blue" mas não sai nada. algumas pessoas cantam "theologian". e DEUS volta pro 3o. ato e toca uma última canção: uma cover do bob dylan. o buxo amou, eu nem curti e um velhinho perto de mim cantou a música inteira. foi bonito. foi lindo. mas nem wilco é capaz de melhorar uma musga do bob dylan. hihihi. fato é q qdo os rapazes foram embora, aplausos e urros tomaram conta do lugar. parece q dessa vez a noite havia acabado. e estávamos satisfeitos. eu olhei no relógio e eram 4:40 da manhã. é, eles fizeram o maior show do tim festival e sem dúvida o melhor, o mais generoso, simpático, perfeito, catártico, emocionante e _____________ . sentamos letárgicos e observamos um desfile de celebridades indo ao backstage babar ovo.
libertinamente falando, se o show dos strokes é uma noite de trepada, do arcade fire é uma rapidinha apaixonada, o do wilco é sexo tântrico. é prazer prolongado por 2 horas, um ritual sagrado de troca de energia, energia sexual acumulada em 21 músicas q te relaxam e te excitam, culminando num êxtase insano q te deixa outta site, outta mind. é fazer amor com os DEUSes. foi foda, no sentido literal mais sacana e pervertido da palavra.
e foi assim q o dia q começou catastrófico, terminou como o dia mais feliz da minha ínfima existência idiota. foi "A" viagem. foi "O" show. foram "OS" caras. soma aí: THE BLASENS, mustard man, beibe, rio, kenny e mr. hankey, strokes, arcade fire e o gran finale com wilco - a banda q mais mexe com o meu sistema nervoso e com o pulso envolto em sangue. tdo isso unido pela paixão imensa e tarada pela música. é esse o estranho poder da música. da boa música. é como DEUS mesmo disse: "music is my saviour". our saviour.
amém.
volte sempre tio tweedy. volta sim.

i must be high to let you say goodbye... bye bye bye bye...

trilha sonora: agora tá tocando o disco ao vivo "kicking television". caraleo. deu saudade.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Chefe, to cansado pra caralho.

Feira da Fruta - Grupo Capote.






[Tá, não encho mais o saco com o meu brinquedinho de stream novo]

quinta-feira, novembro 10, 2005

so brown eyes i hold you near...

cuz you're the only song i want to hear...

já viu o clip "soul meets body" do tesouro blasêmico death cab for cutie?

não?

bah.

pega aí.

é .mov, o q quer dizer q vc TEM Q TER quicktime instalado.

o clip é bacaninha, assiste aí. tem 8MB ou mais. ou menos.

de nada.

Vai no flow, mermão.

Lightness - Death Cab For Cutie

quarta-feira, novembro 09, 2005

guitarra chorona da porra.

posso postar uma fodona, daquelas q qdo vc ouve tdo em volta deixa de existir e rouba toda sua concentração e força física e tu não consegue mexer nenhum músculo até q a merda da guitarra chorona e a porradaria da bateria termina?

escuta o solo do final.

escuta a voz do caboclo dizendo q ele tá "hazy, just because sometimes you make me crazy".

escuta no talo, no talo mesmo.

tipo, ela na versão de estúdio não é nada, mas ao vivo é um tesão dos mais tesudos.

"hazy", com built to spill.

fodaça.

eu resisti de postar uma versão de "some" com 26 minutos e arquivo de 32MB. pq ia ser demais. eu sei q ia. solos, solos e mais solos e barulhinhos e tdo mais. mas ok, eu vou postar a de 6 minutos. cara, se tu num arrepiar no "awww" q as meninas gritam antes do solo e no solo e no... enfim, vc não tem coração. não tem.



trilha sonora: "some", a de 26 minutos.

St. Louie.

Meus amores, confia no titio e baixa isso aqui: Mahogany Hall Stomp - Louis Armstrong.

Essa PRECIOSIDADE foi gravada em 1947 no Carnegie Hall e, vou falar, o Swing estava MURCHO, CAÍDAÇO. Ainda tinha uma brisa de sucesso, mas nada se comparado ao auge do fim dos 30-início dos 40 [Mais ou menos como aconteceu com a lambada ali por volta de 95,96 quando a Globo reprisou Rainha da Sucata e o Beto Barbosa achou que era direito dele renascer das cinzas pra cantar Adocica, meu amor, a minha vida.]. O que bombava[digam que entenderam a piadinha infame com o pós-guerra] mesmo era o Bebop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie. Não acredita, então leia o trecho em que o Sal Paradise chega em Chicago e PIRA com a ebulição da cidade por causa do novo estilo contagiante e etc. [Não vou postar o trecho aqui. Se tu não sabe do que eu estou falando, favor sair pela porta da direita.]
Então, deixa eu voltar. O Swing estava decadente e vocês sabem que o maior expoente do estilo era o Lous Armstrong, né? Pois bem, isto posto dá pra sacar que esse show no Carnegie Hall tinha tudo pra ser uma bosta. E não vou dizer que não foi porque eu não sei, não estava lá e parece que nenhum blogueiro postou sobre. Só sei que as músicas são espetaculares e essa, que eu generosamente ofereço pra download, é dançante pacas, mas sem o ranço farofeiro que impera em algumas músicas dançantes pacas.

Sem fé na tecnologia.

Tu desiste do Shuffle quando, no meio de 4 mil músicas, ele pára DUAS vezes em There's a light that never goes out.

I'm confessin' that I love you, tell me do you love me too : Confessin' - Louis Armstrong With Edmond Hall's All Stars.

segunda-feira, novembro 07, 2005

taram raram raram, taram raram raram, teiquimeauti

pô, ia falar um treco e.... lembrei tb!

WILCO no BRASIL WILCO no BRASIL WILCO no BRASIL WILCO no BRASIL ...

afe, afe, afe...

planejamento é ir pro rio, perder a chave do carro na praia no dia do show, trocar de hotel zilhões de vezes e...

bah.


ow, dizem q o ôeiziz vai se apresentar é num festival da/do ???? aqui e q franz fernando vai tocar tb, confere? óia aí:

"...13ª edição do UOL Música Podcast, em entrevista exclusiva, o guitarrista da banda escocesa Franz Fernando, Nick McCarthy, diz que a banda pretende vir ao Brasil em março de 2006, depois da turnê americana..."

se for, eu gosto daquela take me out, eles vão tocar ela qtas vezes?

(hihihi)

tô engraçadão hj.

where were you while we were getting high?

é... eu ia falar uma coisa mas esqueci...
ah. lembrei.

OASIS no BRASIL. OASIS no BRASIL. OASIS no BRASIL.

planejamento estratégico:

- remarcar férias para março de 2006.
- guardar grana. guardar grana.
- seguir o oasis em todos os shows por aqui. quiçá pela argentina. e chile. tá, to brincando.
- descobrir os hotéis dos cabeças.
- tietar. se der, xingar o liam, quem sabe ganho um soco dele no olho esquerdo. vai ser lindo.

bixos, pirei. vc num tem noção.

sexta-feira, novembro 04, 2005

qdo o fliperama pega fogo, até os vizinhos requebram. e gozam.



copacabana, princesinha do mar. dia meio nublado mas quente pacaraleo. na praia, libertas ganha 2 ou 3 fãs q insistem q ele vá pra água com elas. eu, prevenido, digo a ele q trata-se de um golpe chamado "boa noite japonês" e q ele ia acordar dentro de uma banheira cheia de gelo sem o rim esquerdo e pior, sem os ingressos do TIM. ele concorda comigo e não vai. buxito nos abandona pra encontrar a beibe no luxuoso Hotel Glória mas antes, nos dá o caminho da praia aonde topless é tão normal qto cenoura & bronze: Ipanema. fomos na direção apontada. pra encurtar a história: no caminho, eu acho, mustard man perde a chave do veículo automotor, ali, nas areias de copacabana. o cara perdeu a chave do pexoto!!! o q tava dentro do carro? celulares, cartão de banco, carteira, dinheiro, kenny - o boneco amaldiçoado e o único keds q eu tinha levado pro rio. se eu conseguir ver o wilco, vai ser de havaianas.

porra, se fosse um fusca era moleza. arrombava e fazia ligação direta. mas era um pexoto com chave feita em marte por incas venusianos do norte austral da bavária setentrional das savanas desérticas de num sei onde a tarde. a chave reserva? pô, tava em contagem, no tronco de árvore - vulgo apê - do mr. mustard man woodpecker. e a chave do apê? tava dentro do pexoto. (afe). enfim. acionado o seguro, depois de 2 horas abriram o carro, recuperamos parte das nossas vidas. e fomos rebocados até uma concessionária em botafogo. meu humor q já não existe, sumiu junto com a chave.

a parte boa? ahn... mudamos de hotel! a seguradora cobria isso. só não cobria outra chave.

da lapa pro flamengo. de * pra **** estrelas. flamengo palace hotel. tinha até tv a cabo (alguém já viu aquele desenho q o homem-pássaro é um advogado?). e garçon viado. e falastrão. mas o hotel era mais perto do MAM. devidamente hospedados, bora pro TIM.

táxi até o MAM. o taxista? uma figura. gordo e mulherengo:
- olha, se eu fosse vcs eu ia pro boqueirão...
- ah é? aonde é, o q tem lá?
- fica atrás do MAM, tem um pagode lá e tb tem... MULHER né porra. lá tá cheio de mulher... nesse TIM só tem paty de nariz empinado, num vai dar nada não e no boqueirão elas dão mesmo!

bom, o dia q eu trocar o show do WILCO e do ARCADE FIRE por um pagode cheio de mulher, eu serei um winner. mas por enquanto eu sou loser. loser e ansioso a beça. chegamos a-a-a passarela, passo na bateria "mostra 5x o seu ingresso". mustard registra fotograficamente cada passo, cada mudança de luz, cada formiga, enfim, tudo. lá dentro, encontramos a srta. buxito q estava tão ansiosa qto eu e o crioulo, então seguimos em direção ao TIM Lab sem mais delongas. no caminho encontramos o dj ruler e esposa. ele nos dá a dica da festa MALDITA, 2a. feira na Casa da Matriz. dica anotada, as pernas bambeiam qdo eu vejo na lona do Lab os nomes The Arcade Fire e Wilco projetados. temos tempo pra uma foto? entramos e o lugar é intimista, pequeno e o público nitidamente selecionado. qdo digo selecionado, digo q são um bando de filhotes de lucio ribeiro de all star e camisa do seu madruga. mas tava legal. e, mais uma vez, a Obra estava presente. sentamos e esperamos a pior banda do mundo terminar o seu barulho. o nome? nem vou falar. se lá eles já estavam deslocados, aqui então nem se fala. fim do barulho. dá tempo de comer alguém? fomos comer. mais rostos conhecidos no caminho. tia, por favor, me vê um cachorro-quente e uma coca-light. ah, não tem é? ahn... então me dá um sanduíche de filet de alguma coisa com cheddar e cebolas carameladas. rápido, por favor, antes q o show comece ou q a ana carolina encoste o bilau dela em mim de novo.

começam a montar o palco pros canadenses do arcade fire. algumas bandeirolas simulam um projeto de cenário, os desenhos lembram o clip de "power out". trocentos e 34 instrumentos no palco, de oboé a-a-a xilofone, capacetes a qq coisa, tinha de tdo. até papagaios. maritacas. cracatuas. sei lá. as luzes se apagam e eu arrepio agora só de lembrar da emoção de ver a banda entrando no palco do TIM lab. o set list é quase idêntico aos show q eu vi anteriormente na internet. e sem dizer uma palavra sequer eles começam a tocar os primeiros acordes de "wake up"...

sinceramente, mal dava pra acreditar. porra, esses caras lançaram o disco setembro do ano passado, estão no auge do hype-hype e tão aqui, agora, na minha frente! e arcade fire é sinônimo de boas memórias pra mim. lembro do ano novo, viagem pra ouro preto no carro do libertas, chuva, sol e chuva de novo e no som o arcade fire, o discão mesmo, original. lembro da gente pedindo "laika" pro dejota da Obra, via orkut. lembro da cara de estranhamento do pessoal na Obra qdo nós 3 "se acabávamos" qdo rolava a musga. e o q mais emociona mesmo, é ver a surpresa, a cara de "uai, vcs conhecem essa música?" do vocalista qdo ecoa no TIM Lab o soberbo e embasbacante coro de o-oh-oh da platéia. é claro q a gente conhece Seu Win! a sua "wake up" é constragedora de tão boa. e como disse o libertino: "isso não é um show, é um acontecimento". e desta vez, a gente faz parte.
e eu já sabia q vinha laika na sequência. e sabia q antes do arcodeon começar a furunfunfar o Win ia dizer "hi! we are the arcade fire from montreal canada" e a partir daí não ia ter um ser vivo capaz de ficar mais de 2 segundos no chão. foi um coro maravilhoso, uma energia sem igual, os integrantes cantavam a música mesmo longe dos microfones e o louco do irmão do vocalista espancava a armação do palco, possuído. e foi assim em TODAS as canções... "no cars go" (hey!), na calminha cover de "aquarela do brasil" de ary barroso, na dança estranha e linda de "haiti", na maravilhosa "crown of love", na barulhenta "power out" q emendada com a insana e apocalíptica "rebellion (LIES! LIES!)" encerrou a apresentação orgásmica.
um tesão.
libertinamente falando, se o show do strokes é pornográfico, é uma noite recheada de sexo, arcade fire é sexo rápido como o show foi, mas com paixão, intensidade mesmo. é uma rapidinha no parque municipal, no banheiro da empresa, nas escadas do prédio, na pista da Obra... rápido mas intenso. de gozo farto. e nesse show, o momento q eu virei os olhos, o meu orgasmo, foi lá no meio do set. o coito veio com "tunnels". foi um baque. um sopapo, uma porrada qdo eu ouvi o vocalista cantando "I'll dig a tunnel from my window to yours / Yeah, a tunnel from my window to yours"... uma emoção medonha estremeceu minhas poucas e ralas carnes. caramba, chorei mesmo. tá, as lágrimas não rolaram de fato mas meus olhos quase se afogaram. e este é o típico momento q vc sabe q vai se lembrar pra sempre. fiquei letárgico, bobo, sem ação e essa emoção volta toda vez q eu escuto a música de novo. foda. como o buxo disse em um dos 500 imeios q trocamos durante a semana pós-Tim, "vc coloca o winamp no shuffle e de repente toca uma "jesus, etc." e volta na mente tdo de novo". e acontece mesmo. e o mais foda era ISSO. eu tinha acabado de ver o arcade fire, acabado de dar uma rapidinha felomenal e ainda tinha "jesus, etc". ainda tinha o wilco. ainda tinha o WILCO. bah, mas por enquanto: obrigado, arcade fire. pelo 2o. melhor show do TIM.
e pelo show mais __________ da minha vida. \oo/ \o/ \o_o/
.
.
.
ah, e o wilco? pô... descrever aquilo vai ser foda...
passa mês q vem, vai...
ps: pra quem duvida da força do arcade fire ao vivo, neste linque aqui vc acha wake up e laika, no tim festival mal descrito aí de cima. baixa a página até... ah, tá lá.

momento punheta: a foto mais linda do festival



momentos antes dos shows, na puerta do TIM Lab.

tá, parei.

mas é lindona.

=)

da série "registro fotográfico": a idaaaaaaa !!!






a foto da ida!!!

na porta da casa do libertas !!!

mr. mustard man woodpecker, parara, buxo afetado e libertas pronto pra praia.

ah, e atrás o pexoto!!!

a mais pura verdade

'nada, absolutamente nada importa' - millôr fernandes

quarta-feira, novembro 02, 2005

new york city cops, new york city cops, they ain't too sma-art..

PUTA presente do parara pururu pra vcs, meus queridos...

"NYC cops" do show do MAM, sim, aquele q eu, vc e eles vimos ao vivo!


com direito a "boa noite meus irmãos!" do menino moretti.

era a única q faltava, agora, não falta mais.

avisa pra sua mãe, pra vizinha, pro padre e pra polícia q aqui tem!

agora só falta "hard to explain" INTEIRA.

sim, pq a versão q tá rolando na net tá picotada no início.

pega aí anda, pega aí!

digo, pega
aqui.


trilha sonora: reptilia ao vivo, a música mais tesuda de todos os tempos de hj e do universo inteiro e tdo mais. e na fila um tal de moldy peaches e um tal de the field mice...

madagascar penguins in a xtmas caper


hey, alguém aí já viu o curta dos pinguins de Madagascar, o "missão de natal"?

pô, é legalzinho a beça, acabei de baixar por torrent, tem 99MB.

é massa o lema dos pinguins, digo, cardumes:

"nunca morda um biscoito flutuante".

hauhauahuahauha...




se alguém quiser q eu uploadeie diz aí, lá no trampo a net é de 1MB, vai rapidão. eu acho.

ah, eu tenho a legenda em português aqui tb, perfeita.

ps: comecei a baixar o DIG!, filme q conta a história do sucesso do The Dandy Warhols e do fracasso do The Brian Jonestown Massacre... pra alegria do libertas!

uma fábula blasêmica na cidade maravilhosa

então.



"os blasens estavam andando pela savasqui e o mais loser deles trupica em uma lâmpada daquelas q vcs já conhecem. o 2o. mais loser deles esfrega a danada e de lá sai um lucio ribeiro - um tipo de "jênio" com "j" mesmo, de 13a. categoria e renegado pela classe -, com um ipod recheado de remixes enterrado na orelha, todo parrudinho e boateiro. ele lhes concede 3 pedidos showísticos. cada um poderia escolher um show pra ver em outubro, em um festival no rio de janeiro patrocinado por uma empresa de telefonia móvel. o mais escroto dos blasens escolhe sem pestanejar: eu quero o WILCO. o mais imprestável disse q estava entre BOB DYLAN e JOANA NEWSOM, mas q ia ficar com THE ARCADE FIRE. e o mais autista escolheu uma banda absurdamente indie q era completamente impossibilitada de viajar em turnê pq seus integrantes tinham q fazer o dever de casa e dormir cedo. com o seu pedido negado, ele concorda em ficar com os STROKES."

o TIM Festival poderia ter a sua escalação justificada por uma estória/história/istória idiota como a daí de cima.

fácil. pq?

pq foi perfeita. parece q nós escolhemos as atrações. durante todo o 1o. semestre deste ano nós especulamos - alimentados pelos boatos do ribeirinho - e desejamos as bandas q poderiam tocar no Brasil. e WILCO, THE ARCADE FIRE e STROKES sempre estavam nas malfadadas listas. e graças ao TIM pudemos ver os DEUS's, politeísticamente falando, em suas diferentes formas e estilos musicais.

foram 3 (q viraram 5) dias catárticos, com amigos fodões, um mascote amaldiçoado, um Mr. Hankey sabor isopor, uma trilha sonora de viagem das boas (só na ida, só na ida), ar condicionado no talo, muita sorte, muito azar, uma festa Maldita com noruegueses famosos nas picapes, KFC com muita gordura e 2 guardanapos, carioquinhas na praia te chamando pra água, taxistas estranhos e tarados, garçon viado falastrão, costela gigante da Austrália e cerveja de 15 reais a lata, encontros inusitados, indiezinhas lindas, trocentas e 33 raimundas e tdo mais o q vc conseguir imaginar, tirando claro, o sexo.

e os shows. afe. os shows.

imaginando isso vc terá um rabisco chulé do q foi o TIM Festival, edição rio de janeiro no MAM.

posso desenhar o resto?

pô, só q eu vou contar tdo. num gostou come menos.

então, posso falar da ida?


parte I ou início ou once upon a time

hey-ho, vamo logo porra!

sexta-feira. começou tdo meio tenso. o buxo preso no trabalho, não sabia se ia com a gente, se ia de avião, se ia de busão, se ia... enfim. a cúpula blasêmica se reuniu por telefone e decidiu esperar o buxo até as 14 horas - inicialmente o "comboio de um peixoto só" tava agendado pra sair as 8 da matina - pra então viajarmos todos juntos: os THE BLASENS mais o roadie-fotógrafo-piloto-desastrado-mor Mr. Mustard Man Woodpecker, vulgo, meu primo.

do tronco de árvore do Woodpecker pra minha casa, da minha casa pro mac da assembléia pra buscar buxinho, do mac pra casa do libertino... mas antes, momento catártico no. 01:

a caminho da liberta's house, na av. joão pinheiro esquina de goiás, no peixoto, o arcade fire estava no talo e aquecia os nossos tímpanos. e nós, assustávamos os transeuntes q não faziam idéia do q acontecia. eu, buxo e mustard urravamos laika. e os vizinhos, bah, eles nem dançavam. mas nós, sim. e sinto q ali, naquele singelo momento começava oficialmente a bagaça. então: hey ho, vamo logo porra!

na porta da casa do liberteenho, foto pra registrar a partida. e partimos. a ida foi linda, boa musga, algumas peripécias na estrada e em 4 horas estávamos no rio de janeiro. e na av. brasil, enquanto Mr. Mustard procurava um pancadão no rádio, o coco-piloto - leia-se buxito - tentava achar no mapa o caminho perfeito q evitava a linha vermelha e nos levava até o hotel-pousada 1 estrela localizado lá, lá na lapa, zona (mesmo) boêmia fluminense. entre um espasmo e outro do coco-piloto q dava um xilique pra cada rua q ele reconhecia - sim, buxito é um paulista q queria ser carioca da gema mas terminou mineiro - chegamos ao hotel com uma facilidade INCRÍVEL e ASSUSTADORA. o Rio's Nice Hotel era melhor q eu pensava: bem localizado (leia-se longe de qq morro), fica em frente ao supermercado MUNDIAL - desde já, envio os mais sinceros votos de parabéns ao MUNDIAL q fez aniversário neste mês de outubro -, possui um elevador assassino, chuveiro-banheira e hóspedes de várias partes do mundo: colômbia, senegal, paraguai e do morro do pavãozinho. infelizmente a piscina estava em manutenção, então a micose vai ficar pra uma próxima oportunidade.

check-in feito, nos preparamos pra 1a. noite da bagaça: the strokes. atrasamos um pouco pra sair pro TIM pq o buxo foi cortar o cabelo, o mustard man foi depilar o mamilo, o libertino tava autista e totalmente indeciso entre a t-shirt do flaming lips e a do libertines. e eu tentava esconder meu ingresso dentro da underwear - segundo o buxo, é o lugar mais seguro do mundo: a cueca de um loser.


is this it ...

pegamos um táxi e eram 23:00 ou 00:00 qdo chegamos ao MAM, não lembro. fiquei impressionado com o lugar e a organização. tive q mostrar o ingresso 5 vezes até chegar ao TIM stage. conte comigo:

1. pra ter acesso a passarela q leva até ao MAM.
2. pra atravessar a passarela q leva até ao MAM.
3. prum cara q checava o código de barras do ingresso.
4. prum cara q perguntava "vc vai ver outro show além desse hj?" e destacava 1 pedaço do ingresso.
5. pra mocinha de 72 anos q destacava o outro pedaço do ingresso, colocava uma pulseirinha no meu braço e desejava bom xôu.

isso depois de sobreviver aos TROCENTOS e 65 flyers q distribuíram na entrada.

tudo muito bonito, mta gente bonita e o rafa da mtv pra destoar e provar q nada é perfeito. cheio de caras conhecidas, parecia q eu tava entrando na Obra pq até os dejotas estavam lá. fomos pro tim stage e qdo chegamos lá o mundo livre S/A já tinha tocado. estávamos com sorte! e o liberteenho tava em alfa. e já estavam montando o palco do kings of leon.

o show começou e os caras tocaram com uma má vontade dos infernos e abriram o concerto com a única musga q eu conheço, ou seja, eu podia ir embora depois de 5 minutos de show. mas...

tinha os strokes ainda... stro-kes. STROKES! jamais imaginei q um dia iria a-a-a um show dos strokes. nem sou fanzaço deles, mas tava animado. e tava na hora. as luzes se apagaram e o q aconteceu tá relatado no post localizado a-a-a 6 km abaixo deste.

a única coisa q eu acrescento é q se eu tivesse 10 anos a menos, tava dançando juicebox/reptilia até agora.

indies histéricas, celebridades a rodo, 3 reais uma garrafinha de água e depois de 3 bis's "o fim teve fim". fim de show, fim do primeiro dia, mal nos falamos, talvez por medo de estragar aquele momento. bom, bora pro ponto de encontro. no caminho me apaixonei 78 vezes. 79. encontramos buxito q viu o show dos estroques com a sua beibe-do-pé-quebrado. bom, vamos embora. andamos tanto pra pegar o táxi q quase chegamos ao hotel a pé. mas foi um dia perfeito, do início ao fim, impecável. foi um dia feliz em q tdo deu certo. bah, mas algo tinha q dar errado... e deu né.

alguém quer relatar?

bah, só eu, libertas e mustard q presenciamos a catastrófica manhã-tarde do sábado TIM Festival...

lá vai eu então.

mas hj não, passa amanhã.


terça-feira, novembro 01, 2005

sobre pornografia - ou babando o ovo dos moleques

a teoria é a seguinte: toda festa que se preze é uma desculpa para tocar strokes. uns podem falar que é exagero. aquela gorda da mtv pode falar que strokes 'é no máximo divertido'. alguns dj's tentam inutilmente não tocar strokes para tentarem mostrar que sim, existe diversão sem os meninos. outros tentam esnobar o strokes falando que eles não tem nada de novo e não são lá muito significantes no mundo na música.

porra nenhuma. strokes é ejaculação pura. em toda festa aposto que o dj fica se coçando para não tocar strokes logo. ele fica lá punhetando, masturbando a galera com coisinhas legais. mas gozo mesmo, eh strokes. eh obvio que rolam umas preliminares, umas chupadas, umas penetrações tremendamente excitantes. toca um interpol, um flaming lips, um death cab. prazer puro. mas o ápice é strokes. o orgasmo é strokes. e como todo bom sexo que se preze, uma só não é suficiente. voltam as preliminares, as carícias, tudo preparando para a próxima gozada: mais uma do strokes. e se for reptilia então, eh orgasmo múltiplo. e, se a noite realmente for boa, rola uma terceira fácil, e você nem cansa.

aí os carinhas entram. estão lá, eles mesmo, no palco do tim stage. os mesmos carinhas que estão no encarte do meu precioso is this it, que aliás não traz as letras, mas só as fotos dos guris. que encarte engraçado. aquelas caras de chapados, drogados, cabelos engraçadões. 'nunca vou ver esses caras ao vivo' eu pensava quando olhava praquele encarte. era uma coisa muito distante, sabe? uma coisa do tipo aquela menina que tu sempre sonhou em dar uns pega mas sabe que nunca ia acontecer, porque essas coisas simplesmente não acontecem com você.

aconteceu. começar o show no rio de janeiro com hard to explain foi sacanagem. sacanagem comigo. só porque, na minha opinião, é a melhor música de todos os tempos, sem exagero. era a música que eu mais esperava. uma das músicas que me despertou pra vida. a música que eu mais sacolejo quando toca em festinha. a que mais grito desesperadamente, pulando de olho fechado, tomando litros de cerveja, toneladas de vodka.como eu tava esperando essa música mais pro meio do show, a surpresa foi maior ainda. aquele comecinho só com a bateria fode com tudo. a guitarra entra, você então se dá conta de que está em outro planeta, porque aquilo ali é hard to explain, ao vivo. é o julian que tá ali cantando pra você. pulei, pulei e pulei. aí quando o julian termina de falar, 'i miss the last bus, i'll take the next train, i try but you see, it's hard to explain', eu lembrei que aquilo era só o primeiro orgasmo.

não satisfeitos em fuder com tudo logo de cara, emendam someday. parara pururu se melou todo. na boa, quando tocou modern age eu queria morrer. não, não, na verdade queria morrer depois de barely legal. mas aí tocaram juice box (catártica ao vivo) e you only live once e agradeci por estar vivo e por presenciar aquilo.

12:51. kiss me now that i'm older, i wont try to control you. tá ouvindo? hein? aquela primeira do segundo cd tb eh fodona. 'i wanna be forgotten, and i don't wanna be reminded'. ui. que foda.

os meninos foram embora, e voltaram para a música mais esperada da noite: reptilia. a casa caiu. tomei altas cotovelas. melhores cotoveladas da minha vida. tocaram outra. e foram embora. em algum momento reclamei que eles não tinham tocado new york city cops. aí eles voltaram e tocaram. agora sim, eles se foram de vez. eles não vão voltar pra um terceiro biz. eh muito sexo pra uma noite só. e foram embora. mas voltaram de novo, e tocaram a última do segundo cd que é uma belezura de música. tchau meninos, obrigado, vocês são deus, vão com deus.

o moretti balbuciou alguma coisa em português, mas eu não entendi. e vibrei assim mesmo. tchau fabrício.

isso aí. o show foram 20 orgamos. 20 músicas. 2 horas ininterruptas. tirando last nite que eh sempre uma foda meia bomba (mas que ao vivo ficou incrivelmente interessante) e algumas músicas novas que soarem meio estranhas, o show foi... foi... pornográfico. acho que não existe palavra melhor pra definir. pornográfico.

que raiva que dá quando vc pede futureheads e nego num toca. e o maldito dj lá no gates ainda fez cara de entendido. 'futureheads? rola sim'. puto de mérda mesmo, aposto que nem conhece futureheads: munich - editors

da série TIM-TIM, os shows: kol

bah, pra falar do show do kings of leon no rio eu só preciso de 2 linhas:

puta
bandinha ruim.

the end.

(hihihi)

trilha sonora: tava ouvindo interpol mas o pc desliga se deixar o photoshop e o wmp abertos ao mesmo tempo. que puxa. bah, vou fechar o photoshop.

lições sobre as sutis indulgências da injustiça

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

tá, o post mais escroto desse bológue maldito, mas foda-se. acha o drummond piegas? foda-se. chega de fingir que tá tudo bem, daqui pra frente eh só death cab, até o fim: eleanor put your boots on - franz ferdinand