Estou aqui coçando a minha barba e tentando me lembrar da última vez que vi discotecagens tão boas como as de ontem. Entrelaço os dedos por entre a pelagem que cresce vasta e livre no meu queixo, me incomodo um pouco ao perceber umas falhas teimosas na região da bochecha, tropeço com o indicador numa cadeia de espinhas na quina do bigode e chego à conclusão de que no Hall Of Fame de dejotagens estão: As do Parara e do Cláudio ontem e a da Nina em 2005, naquela festa em que o Lúcio Ribeiro também tocou.
Ok, mesmo que ontem tivesse sido um desastre, eu teria elogiado. Confesso. É o tipo de coisa que fazemos por amigos e por pessoas que se dispõem a tocar Subterranean Homesick Blues, Here Comes Trouble e outras gracinhas do cancioneiro buchístico. Teria sido como uma espécie de tapinha no ombro. Ah, que isso, meu amigo, não se abale. O fato de a sua discotecagem ter causado pânico generalizado e convulsões em várias pessoas - sendo que algumas preferiram espancar os próprios ouvidos com os próprios cintos modernos de tachinhas – não significa que ela foi ruim. Em algumas civilizações isso é sinal de extrema alegria. Qual civilização? Huh, Em...na Maotsetunguia, por exemplo. É um país sim, pode acreditar.
Dêem-me licença agora. Deixem-me sozinho com o Parara e com o Cláudio. Enquanto isso vocês podem ir ali ao Café Três Corações fazer um protestinho contra as megacorporações malvadas.
Bem. Sei que vocês dois são meninos muito carentes e egocêntricos, então eu não me furtaria em agraciar-vos o ego e fazer-vos sentirdes melhordes, opa, melhores. Mas ontem foi realmente bom pra mim. Mereceu até um cigarrinho. Mereceu um hmmm, que totosinho. DJ legal é o que leva músicas inéditas para passear. Vem aqui, filha, sai da casinha de cachorro e vamos dar uma volta. Dá até pra sentir o cheirinho de coisa pouco usada. The Grates tem cheiro de lavanda. Supremes tem um perfume mentolado de ervas cidreiras das cidras da, hum, Maotsetunguia. O Táxi Driver gosta de coisas perfumadas. A mulher do Kill Bill também. Só fedeu um pouco quando as bandas subiram no palco, mas nada que um Bom Ar não resolva (Triste é precisar abrir um parêntese pra dizer que não tenho NADA PESSOAL contra nenhuma das bandas. Isso deveria estar subentendido. Nenhum artista indie foi ferido na feitura deste post).
Enfim, foi uma festa das melhores. Deu pra dar um susto nas pessoas, vi uma menina se sobressaltando. Até li a mente dela, porque eu posso ler mentes, cuidado, e ela estava pensando Ui, isso é permitido tocar em festa. Eu sempre quis ouvir essa música, mas achei que o Taliban indie não deixava.. E surpresa é bom e vicia. That’s all.
E como sempre, faltas sentidas de Libertino e Don. (Mexicanos que preferem Yeah Yeah Yeahs não contam. :P).