Desejo e Reparação
Boooooooooooooooooooooooooring. Duas horas de dramalhão. É tipo uma novela da globo com menos personagens e menos intervalo, pro desespero de quem estava assistindo, quer dizer, menos pros velhinhos que entraram na vibe novela e estavam conversando como se estivessem na sala de casa, esperando o jornal nacional começar.
Imagina um Titanic piorado, tentando ser sensível e, hum, profundo e tocante e deprimente. Imagina direito. Imagina aquelas cenas dramáticas todas e com uma trilha sonora tão dramática quanto e que fica mais alta dependendo da dramaticidade da cena e imagina uma cena tocante, tipo um cara andando na floresta e uma voz no fundo dizendo “Vou recomeçar. Podemos recomeçar. Recomeço” e mais trilha sonora alta e dramática.
E você está lá no cinema e a hora não passa e você se revira na cadeira e a sua cabeça começa a doer com aquela música dramática alta e na tela o cara começa a xingar a menina que inventou uma mentira que o fez ser mandado pra prisão e a namorada dele o segura e diz: “Volte. Volte. Volte.” E ele olha para o infinito, com cara de perturbado e mais música dramática alta e você se esconde debaixo da cadeira de tanta vergonha mas não tanta vergonha como na cena em que ele está andando na rua de uma cidade destruída pela guerra e do nada ele diz que sentiu cheiro de mar e sai correndo pelo mato e chega numa praia onde ele avista milhares de soldados aliados e começa a música dramática alta e aí mais meia hora de cenas dramáticas mal feitas de guerra e ele delira com a mãe e mais música dramática alta e ele morre no exato momento em que ia ser resgatado e as últimas palavras dele são: “eu prometo ficar quietinho, amigo”, e nessa você tá lá, ainda confiante que o final vai ser legal, dando um voto de confiança até que aparece a mulher que fudeu a vida desse cara e diz que realmente fez merda mas que em REPARAÇÃO escreveu um livro, mas que no livro ela inventa uma mentira que é pra terminar bem, pra dar a felicidade que o rapaz e a irmã dela não tiveram, que ela DEU a eles essa felicidade, aí, uma cena do casal correndo na praia, música de redenção. fim. Aí fica a mensagem: não importa a merda que tu faça, escreva um livro contando o OPOSTO do que aconteceu e tudo vai ficar bem.
11 Comments:
velho, existe ponto final, sabia? Ele é assim, ó: .
e eu já disse isso, mas não custa nada repetir: você não sabe de NADA.
concordo com você quanto ao final, o diretor foi um CUZÃO, pois no livro não é assim. No livro a mulher é crucificada (não nos moldes da Bíblia, apesar de que seria ótimo), e não acontece aquela redenção mela-saco. Mas não achei o filme chato. Filme chato é Irmão Sol, Irmã Lua. Já viu?
Enfim.
Ponto final? Vou te apresentar um cara chamado James Joyce.
Não li o livro e o filme é chato. Novela da globo, dramalhçao, piegas, melodramático, tosco.
buxo-spoiler, depois q vc virou manufaturador de letras vc ficou um porre. ah não, desculpa, vc sempre foi.
ps: não gostar do filme, tdo bem. mas falar q cena da guerra é mal feita é a mesma coisa q falar q o wilco gravou um disco ruim.
ps2: prefiro acreditar q vc tava de tpm no dia q viu o filme.
ps3: nah, aposto q vc leu uma crítica no the guardian q falava mal do filme. vai assistir 'amor de verão', vai.
ps4: james joyce de cu é rola.
ps5: .
ô gugu, como q é o final do livro? pq eu achei q ela se fudeu no final do filme, num achei q houve uma redenção não.
o guardian falou bem, aqueles putos.
Pra quem gosta de Manoel Carlos, o filme é LINDO, de chorar, emocionante.
E o final é a coisa mais vergonhosa DE TODOS OS TEMPOS. Filme de mulher, pra mulher chorar. Sei lá, se tu e o gugu gostaram entao vocês ´dois é que estão sujeitos a tpm...
O final, basicamente, é igual. Mas porém contudo todavia entretanto o livro, ao contrário do filme, não tenta fazer o espectador chorar com a Brioca arrependida, e tampouco tem aquela cena VERGONHOSA deles correndo na praia. Isso não existe no livro. A mulher escreve, chora e tal, mas a impressão que o livro passa é de que ela é uma filha da puta, mesmo estando arrependida. O filme não neh, o final dele quer fazer o Bucho chorar.
Eu achei isso, no final do filme - e só no final - quiseram fazer meio novela da globo mesmo. Lamentável. Mas na minha opinião os últimos 5 minutos não estragaram completamente os outros 125.
E Bucho, se você achou o filme dramalhão demais, então talvez nem seja culpa dele, coitado. O livro talvez seja dramalhão demais, o filme só adaptou o drama pra telonas.
ah, saquei. o q eu gostei no filme foi:
a história q vc assiste no filme é a história do livro q a broaca escreveu e não a história verdadeira, mas vc não sabe e nem desconfia disso até ver o final. o diretor conseguiu fazer isso mto bem, eu acho. e o lance de mostrar 2 pontos de vista pra mesma situação é bacana, eu curti horrores (como a cena da fonte).
claro q o final tinha q ser dramático, é o clímax da bagaça porra. mesmo depois do final babaca, eu continuei achando a broaca uma filha da puta, num achei q ela ficou de boazinha na história não. só ficou claro q ela se arrependeu e q não podia fazer nada a respeito, só podia escrever o dramalhão versão final feliz.
mas a cena do casal na praia é um cu mesmo.
é pegadinha do mallandro!
Ah, Tenha santa paciência. O Joe Wright deve ser fã de A Vila.
O final - aliás o filme todo - não é dramático, é melodramático. Tipo Titanic, só que pior.
e o Ian McEwan é meio chato, convenhamos.
O filme só vale pelo começo, até a hora em que o Robbie é preso, e principalmente por aquela cena da Keira saindo molhada da fonte. Afe.
é, eu tentei NÃO falar da cena da keira saindo molhada da fonte, vcs viram q eu BEM Q TENTEI não citar este momento, mas o buxo foi falar e eu sou obrigado a comentar (sorry nanica):
Afe.
Afe.
O filme é todo chato.
Esse negócio de usar fragmentação de história como recurso é a pegadinha do malandro para esse povo que gosta de sair do cinema dizendo que o roteiro é muito bom...
Para mim, a melhor parte foi aquela em que eu pude fazer shhhhhhhh para os velhinhos faladores que estavam do meu lado. Foi a realização de um sonho.
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