Clássicos do cinema mundial

Fato é que você e sua namorada se acharam durões o suficiente para alugar My Fair Lady e West Side Story e assisti-los em um dia. Vamos ver se o bagulho é bom mermo, você diz, imitando um malaco, atitude que causa um tremendo desgosto e um olhar de desaprovação na sua namorada. Durante a fábula da florista e do lingüista (e aí alguém pode pensar que já viu de tudo nessa vida) você até que riu bastante e se a sua namorada não estivesse ali, você teria abraçado a televisão e teria tentado sorver algum perfume que por ventura escapasse do pescoço MÍTICO da resplandecente Audrey Hepburn*. Uma música é legal, duas também, na terceira eu até dancei, mas vinte e oito músicas, totalizando quase três horas de cantoria descontrolada, meu caro, está além das condições de uma pessoa que já dormiu: em Céu de Lisboa, com as conversas do Parara no McDonald’s pós-festas, ao lado da caixa de som D’A OBRA apinhada de gente, entre outros. E você dorme. A sua resistência foi hercúlea e durou até a última música. Mas não deu. O sono te abateu na cena final e ela só chegou ao seu conhecimento através da sua namorada, aliviada por ter conseguido sobreviver, embora irrecuperavelmente traumatizada. No fim vocês ficaram tão cansados que tiveram de adiar a tradicional partida de tênis dos domingos, onde enfrentaríam o casal Parara/Malu em embates no nível Steffi Graf x Monica Selles ou Boris Becker x André Agassi.
O West Side Story jaz no sofá do mesmo jeitinho que chegou da locadora, puro e casto, e tu duvida que a tua namorada tenha sequer olhado de forma mais sedutora pra ele. Ela com certeza preferiu algum Zach Braff sucinto e objetivo e que não saia por aí subindo nas mesas e sapateando em cima das cestas de repolhos(Aí ela cochicha que não prefere o Zach Braff).


*O máximo que você fez foi mandar uns inocentes beijos na bochecha.