Onde eu clico?
Esse texto do THE GUARDIAN pergunta se os downloads ilegais de música foram longe demais*. Ele alega que baixar discos de uma major não afeta em nada a vida dos executivos ganaciosos e inescrupulosos, mas baixar discos de um artista indie de uma gravador indie fudida do Canadá, por exemplo, pode significar a falência dos pobre coitados e fudidos. Na verdade ele não alega nada disso explicitamente, mas ele vai pelas beiradas, fazendo perguntinhas de CUNHO ético, moral e cívico. O motivo dos questionamentos é um texto que está no encarte do novo disco da Cinematic Orchestra** que pede para os ouvintes refletirem antes de jogar o disco na rede, pois isso dificultaria a vida dos músicos que, tadinhos, não poderão ganhar dinheiro com a sua arte, que agora vai ser de todo mundo. Que pena dos Anglo-Saxões.
Ok, brincadeira. Foi mal.
O argumento dele é muito bonito. De chorar. Chuif. Mas falar isso quando a moeda do teu país é a mais valorizada do mundo e quando tu acha o disco em qualquer esquina, é fácil, negão. Quero ver aqui no Brasilzão, com uma moeda que vale metade do dólar, um terço do Euro e um quarto da libra.
Isso até se aplica no caso de artistas nacionais. Eu compro(aria) um disco do Wado por 15 pilas, por exemplo, mas um disco do, sei lá, Absentee, que eu curto muito, por 15 dólares, não dá. Desculpa, leva essa voz de trovão pra outra vizinhança. Aqui o link pra baixar o Absentee. No final das contas, no tilintar das moedinhas, com taxas de importação e conversão dólar x real, sairia por uns 50 reais fácil. Ou seja, metade do meu salário. É melhor fazer coro pra trazer a banda pro Brasil e gastar essa grana no show***. Todo mundo sai ganhando: A banda, que tem a chance de conhecer umas mulatas e o famoso turismo sexual brasileiro e ainda vai receber por isso; a gravadora que vai ver o nome do seu artista estampado na seção de notícias bizarras de um tablóide: Black Rebel Motorcycle Club vai fazer show...no Brasil!****; E os indies latinoamericanos que poderão encher seus flickr/fotologues com fotos super cool do show tudo! do Yann Tiersen.
A única vez na vida que eu concordei com o Parara foi quando ele disse***** que sem P2P não haveria Arcade Fire e Wilco no Brasil. FATO. E digo mais, quem trouxe os canandenses fanfarrônicos foi o Libertino. Ele é o inventor da banda na Sudamerica. Tenho provas e elas estão numa comunidade idiota no orkut. Enfim, me perdi no meu delírio. Ah, me achei. Na Inglaterra, baixar discos ilegalmente pode até fuder a vida de uma gravadora indie, já que é o único mercado possível pra eles, mas nas favelas, tipo Brasil, Argentina, Congo e Ucrânia(ae!) , não faz diferença já que ninguém por aqui compraria mesmo. "Ah, eu compraria". Pois é, mas eu não estou falando com você, burguês de merda. Sai pra lá.
* Pra China, talvez.
** Eu sei que vocês não conhecem, não precisa fingir.
*** Ou fazer coro pra trazer a banda e não ir no show porque você gastou a grana com outra coisa.
**** Dizem que não há publicidade negativa mesmo. A não ser que o artista seja pego num quarto de hotel com uma putinha de quinze anos. Aí, nem Humbert Humbert.
***** Parara, foi você quem disse isso ou foi a sua fama?
4 Comments:
SINCOPE.
eu q falei. minha fama tb falou. xD
mas o q importa é q eu só compraria um cd do WILCO.
e só.
o resto eu baixo e não ouço só pra falar 'não ouvi e não gostei'. e quem disse isso fui eu. e não a minha fama. ou não. hihihi.
vcs já leram isso aqui?
"Treating your audience like thieves is absurd. Anyone who chooses to listen to our music becomes a collaborator."
foi o jeff que falou.
é, o wilco disponibilizou o YHF na net e tal. a única pirataria q ele condena é a q explora a banda. tipo esse povo q vende bootleg na net. os próprios fãs denunciam, tenta achar algo do tipo no ebay. nem tem.
mas certas audiences são thieves sim. ô se são =9
vai libertas, sua vez de postar.
E olha só, beibe and I procurávamos o contato do curador do Tim Festival, pois queríamos encher o saco do cara com pedidos de Toca Andrew Bird!, e descobrimos que um dos prováveis motivos de o Wilco ter vindo tocar no Tinfa de 2005 foi essa história do YHF, porque o tal curador é presidente da Creative Commons e interesado nessas questões de direitos autorais e etc e deve ter se apaixonado pelo tweedão, tal qual uma moça sonolenta no banco de trás de uma van.
Postar um comentário
<< Home