"porque é difícil pensar que não vou ter outra chance de abraçar você".
Contrariando ligeiramente o padrão desse treco aqui (conhecido e afamado por publicações inéditas do mais alto nível indiesístico (ou não)), to postando um textinho do Takeda. Se eu chutasse uma lâmpada aí na rua e um gênio gordo me concesse três desejos, com certeza um deles seria: 'escuta aqui seu puto de mééérda, me leva pro show do belle and sebastian no free jazz de (não sei o ano).
Tá, o texto é uma resenha sobre o disco acústico do cure que o Takeda escreveu e está no livro-blogue. Aí vai
greatest historypor Eduardo Spitzer
Lotação esgotada, jovens histéricos e um certo ar de celebração. Ao ver toda a comoção em torno do show dos escoceses Belle & Sebastian no Free Jazz, confesso que por alguns momentos acreditei que tudo não passava de exagero. Por favor entenda: cresci ouvindo a poesia de Morrisey e os arranjos ultrasensíveis do Felt. Ou seja, Belle & Sebastian, pelo menos na minha opinião, sempre foi uma banda superestimada. No entanto, não havia como negar. Bastava olhar aquela multidão de olhos marejados para ter certeza que, sim, aquela era uma noite histórica. Eu posso ter saído do Jockey Club imune, mas grande parte das pessoas nunca mais irá esquecer aquela noite. Principalmente os adolescenter que encontraram sua vidas nas delicadas melodias de Stuart Murdoch e companhia. Para eles, ver o Belle & Sebastian, no auge da carreira, era como ter a trilha sonora de suas descobertas (primeiro beijo, primeiro namorado, primeiro fora, primeira desilusão, primeira transa e tantos outros primeiros) tocada em alto e bom som, e ainda por cima ao vivo. E é por isso que sou tão fascinado pela música pop. Porque nada é capas de entender tanto o turbilhão de sentimentos do ser humano quanto ela. Você acha que estou ficando louco? Não, não estou. Eu sei do que estou falando. Há mais de dez anos eu também me senti como os adolescentes do show do Belle & Sebastian. E este adolescente parece ter voltado, agora que ouço a terceira coletânia que o The Cure acaba de lançar.
Para quem nasceu depois de 1980, o The Cure pode ser apenas aquela banda de góticos que empacou alguns hits nos anos 90. A verdade é que, por trás da maquiagem de Robert Smith, existe um dos maiores e melhores ícones do pop britânico. E o Cure nem precisava ter lançado este Greatest Hits para provar por que é tão essencial. Afinal, as coletâneas de singles Standing On A Beach e Galore cobrem o que a banda fez de melhor em seus mais de vinte anos de estrada. O que torna o Greatest Hits obrigatório é o disco bônus com todas as 18 músicas do playlist tocadas no formato acústico. A má notícia é que a edição brasileira não traz consigo esta pequena obra-prima. Por isso, se você tem um pouquinho de amor próprio invista uma grana a mais e compre o importado. Ouvir 16 músicas (as outras duas são as inéditas Cut Here e Just Say Yes) dos maiores clássicos do Cure gravadas com arranjos desplugados em 2001 é uma experiência única Principalmente para quem presenciou o primeiro show que a banda fez no Brasil, no distante ano de 1987. É como se eu visse toda a minha adolescência passar à minha frente ao escutar gemas pop como Boys Don't Cry, A Forest, Lovecats, Let's Go to Bed, In Between Days, Close to Me e Just Like Heaven. Tudo o que aconteceu de importante na minha vida - da minha decisão de ser jornalista até conhecer aquela que hoje é minha esposa - aconteceu em 1987. Foi ali que tudo começou. E boa parte da trilha sonora, claro, ficou a cargo do Cure.
Mas o genial do disco acústico é que, mesmo com tanta nostalgia, tudo soa muito novo. A voz de Robert Smith nunca estev tão carregada de emoção. Se no início do Cure ele se limitava a cantar, agora ele interpreta. Há a realizada de quem já viveu quarenta anos quando ele diz "meninos não choram". Em 1979, este verso era apenas inocente. Hoje, é uma trágica e irônica verdade. E canções que soam datadas em suas versões orininais, como o clima escuro de A Forest e o flerte com o tecnopop de The Wal, ganham vida nova ao se tornarem o que elas realmente são: músicas pop de primeira qualidade. É de se espantar também a beleza de Cut Here. Quando você acha que o Cure não tem mais nada pra dizer, a banda aparece com uma das melhores músicas do ano. E, se você não se importa que fale mais um pouco de mim, parece que Robert Smith ainda escreve algumas letras apenas pensando no que acontecena minha vida. No meio dessa quase-balada, ele fala "porque é difícil pensar que não vou ter outra chance de abraçar você". Nunca um verso fez tanto sentido nos dias de hoje.
Ok. Para você, histórico mesmo foio show do Belle & Sebastian. Até foi. Mas não estamos falando de histório moderna. Quando se trata de bandas imortais como o Cure, estamos falando de outro tipo de história: a clássica.
desintoxicando: wagon wheel - lou reed
8 Comments:
eu tava falando com o buxo sobre isso de "ver a banda q vc ama no auge da carreira ali, ao vivo". e tb sobre o q ele diz sobra a musga, "Porque nada é capas (pô takeda, capaz é com Z filho) de entender tanto o turbilhão de sentimentos do ser humano quanto ela."
e pq em toda resenha de música os caras escrevem "soa DATADO". q mierda.
the cure tem uma musga q entra fácil no meu top 7 de musgas lindonas:
pictures of you.
ô eu q já chorei com essa... there's nothing in the world that i ever wanted more than to feel you deep in my heart...
in tosco ingrish, claro.
eu quero um show do belle!
ah, perdoem-se os erros; são de digitação, são meus. pq tive que digitar, já que o livro tava em pdf.
q isso não se repita.
puto de mérda.
belle & sebastian é o nome de um desenho num é?
jurava q eram dois na banda, a belle e o sebastian...
(hihihi, piada ruim ruleia!)
desintoxicando.
hshsushushushsus
putz.. esse foi o primeiro show que realmente importantou na minha vida!
ops, importou é a palavra correta!
'Para eles, ver o Belle & Sebastian, no auge da carreira, era como ter a trilha sonora de suas descobertas (primeiro beijo, primeiro namorado, primeiro fora, primeira desilusão, primeira transa e tantos outros primeiros) tocada em alto e bom som, e ainda por cima ao vivo.'
caráleo, exatamente o que eu senti no teenaijão e no strokes. fiquei emocionado com esse trecho.
ouvi o "is this it" hj de manhã, no som, não nessas caixinhas xulé do computa, porra, q discão redondo.
(sem piadinhas, por favor)
ouvi o "(what's the story) morning glory" tb. caraleo, q discão foda.
cansei de musga nova. tô só nas véia. sabe, anos 90, por aí... mto velhas. vou ouvir built to spill agora. velharia tb, semana passada e tal...
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